Passeio: Campos do Jordão – SP, grande encontro com o gaturamo-rei, jun/2011

Primeiro passeio da minha nova vida de aposentada: três dias passarinhando sozinha

• Texto e foto: Claudia – Nikon D300 e lente Sigma 50-500 VR

Meu primeiro passeio na nova vida de aposentada. Poder pensar “amanhã (quarta) vou pra Campos”, e simplesmente ir. A casa triste sem ninguém, fantasmas correndo pela casa e sentados na cozinha. Frio de ter que ligar o aquecedor no máximo e se sitiar em um quarto.

Durante o dia, como manda o figurino: na primeira manhã, estrada para a Pedra do Baú (tangará, estalinho, surucuá, caneleirinho-de-chapéu-preto, tesoura-cinzenta, arapaçu-de-garganta-branca). Amantikir à tarde (pintassilgo, sanhaçu-frade, gibão-de-couro, beija-flor-de-papo-branco, rubi, ferreirinho-relógio).

Na sexta pela manhã a estrada da Tijuca rende apenas belas fotos de flora, mas totalmente silenciosa e vazia. Na volta pra casa, perto da hora do almoço, resolvo parar na estrada de terra em frente ao finado Gato Gordo. Algumas sálvia-beija-flor floridas me atraem. Papo-branco. Um pequenino verde com topo da cabeça vermelha, e como sou megalomaníaca a primeira coisa que fiz foi prender a respiração ao pensar em Calyptura cristata. Quase isso: um Piccumnus cirratus. Voa na minha direção e para e um tronco na minha frente. Cavando o ninho. Mais a frente um bandinho de pequeninos em um pinheiro-bravo. Registro, olho na tela da câmera, e quase morro de novo, mas dessa vez era de verdade: a inconfundível fronte azul-celeste de uma fêmea de gaturamo-rei. Casal e uma filhotona grande, gaturamos-bandeira junto. Luz difícil, terreno difícil, mas total encantamento.

Volto ao ponto dos gaturamos na manhã seguinte. Chego às 6h30, nada  até que às 8h30 aparece o casal, aparentemente sem a filhota. Ficam até às 11h. A encosta permite eu me aproximar mais, mas impede o tripé. Meus braços doem, e eles ainda lá. O macho canta tanto que emociona. Se os perco de vista quando mudam de árvore, é só seguir o canto. Um dos meus passarinhos prediletos, agora mais do que nunca.

Fiquei tão animada que postei a foto no Wikiaves no mesmo dia, e avisei todos os meus conhecidos da região, pra ver se eles também conseguiam pegar o bando. Mas pelo o que eu saiba ninguém conseguiu ir. Voltei lá com o Cris e o Dani na semana seguinte, mas as frutinhas mágicas já tinham acabado, e o bando não deu sinal.

Na volta deste passeio de três dias, ainda parei no arrozal do Marcão, em Tremembé, peguei um martim-pescador-verde e um gavião-de-rabo-branco.

Lista de aves avistadas e fotografadas em Campos do jordão, nos dias 2, 3 e manhã de 4 de junho