Em maio, o João Marcelo me perguntou o que me interessava na fotografia de aves. Falei que eu queria fotos bonitas, mesmo que a espécie não fosse especial. Podia ser um bem-te-vi, desde que ele estivesse fazendo algo diferente, ou com uma luz especial. Bom, isso mudou. Neste fim de semana, e não sei até quando dura essa fase, eu sou um caçador.

O Rafa tinha compromisso, então contratei um guia que eu ainda não conhecia, o Rodrigo Dela Rosa (acho que ele não guia mais, parece que decidiu focar em pesquisa). Ele me perguntou o que eu queria ver, falei que tinha interesse nos thamnophilideos e afins. Fomos para as trilhas internas dentro da Guainumbi, que eu ainda não conhecia. Mata fechada, trilhas íngremes, escuro. E cheia de tesouros.

O Rodrigo pôs o playback no chão, nos afastamos, sentamos no chão, me posicionei segurando a câmera na mão, apoiada contra uma árvore fina. O bichinho rodou várias vezes, mas durante alguns segundos parou em um lugar aberto, cantou (mas minhas fotos com cantoria saíram sem flash), e então consegui a foto de capa do post, o papa-formiga-de-grota.

Também vimos outros thamnophilideos, lindas mariposas, o tangará, a murucututu-de-barriga-amarela, um macuquinho. Cansativo e difícil, mas muito recompensador.