A Patagônia não é um lugar específico, é uma área de 800 mil km2 que cobre grande parte do Chile e da Argentina. Em 2005, após ler bastante, decidimos nos concentrar em três lugares: Torres del Paine, El Chaltén e uma passagem por El Calafate, para conhecer o Glaciar Perito Moreno. Em 2007 voltamos para Torres del Paine e El Chaltén.
Atenção: estas informações são de 2007, e os custos da viagem são a transcrição de recibos, não estão atualizados para valores de hoje.
- Texto: Claudia Komesu. Fotos: Claudia Komesu e Cristian Andrei.
- Datas: Viagem 1: novembro de 2005. Viagem 2: 26 de fevereiro a 7 de março de 2007.
- Tipo: viagem para casal com foco em paisagem e fauna.
Resumo da viagem para a Patgônia: El Chaltén e Torres del Paine
Destaques: não é fácil dizer isso mas é a verdade – o principal destaque da viagem é a paisagem. Rio azul turquesa, montanhas com formações incríveis de granito cor-de-rosa, imensidão. Considerado uma das paisagens menos alteradas no mundo. Há poucas espécies, mas o que se pode ver são bichos desse tipo: bandos de flamingos-chilenos, cisnes-de-pescoço-negro, a águia-chilena, condores — uma ave com mais de 3 m de envergadura, tivemos o privilégio de ver um bando de perto, rondando uma carniça, eles passavam sobre nossas cabeças e faziam uma sombra na terra. Parecia que eles poderiam pousar, e montaríamos sobre eles. O magnífico pica-pau-de-magalhães, um dos maiores pica-paus do mundo, com 45 cm.
Nível de dificuldade: médio-fácil. É fácil pegar um voo para El Calafate, mas os longos trechos de estrada cansam um pouco. Fora isso, os lugares são bastante turísticos, há pousadas e restaurantes ótimos, as estradas são boas, e há um vento incrível, de balançar o carro ou de desequilibrar enquanto você caminha.
Infraestrutura: boa e, infelizmente, crescente. A El Chaltén que vimos em 2007 já era bem diferente de 2005, e deve estar cada vez pior. Hotéis grandes sendo construídos, a cidade perdendo a cara de vale encantando. Torres del Paine é caro, mas ouvi dizer que a construção de mais hotéis estava ajudando a baixar os preços.
Oportunidades fotográficas: muito boas e às vezes incríveis. Só a paisagem, mesmo que você não visse bicho nenhum, já valeria a viagem, e olha que eu sou fanática por fauna. É daquelas viagens que muda você por dentro, beleza demais. Além da paisagem, os flamingos são mesmo incríveis, os nhandus, guanacos. Bastante luz, tudo compõem com o cenário. É uma viagem incrível. Vários colegas da consultoria foram para a região depois de verem nossas fotos.
Guia ornitológico e logística: andamos sem guia, só nós dentro de um carro. Há agências especializadas, mas vi o álbum de uma pessoa que comprou esse pacote e não senti que perdi muita coisa. Roda sem pressa, esse é o segredo.
Quando ir: A época mais recomendada é de outubro a abril. Além desta viagem, fomos no final de novembro de 2005. Em novembro vimos mais patos e cisnes, e foi quando tivemos a sorte de ver o bando de condores descendo. Pegamos até um pouco de neve, mas não estava excessivamente frio. Em março havia mais flamingos.
Ideia do Cris. Para a primeira viagem, de 2005, compramos alguns guias sobre Chile e Argentina, começamos a pesquisar na internet, e decidimos por El Chaltén, na Argentina, onde fica o fabuloso Cerro Fitz Roy, o glaciar Perito Moreno, uma visão realmente impressionante, e Torres del Paine. Decidimos voltar em 2007, e quisemos repetir El Chaltén e Torres del Paine.
Torres del Paine e El Chaltén são lugares incrivelmente bonitos. Temos vários amigos que decidiram ir para lá depois de verem as fotos da viagem. A paisagem é muito impressionante: as formações rochosas, o rio azul-turquesa em Torres del Paine, a sensação de espaço amplo e que aquele é um local preservado.
Pelo menos em Torres del Paine. Infelizmente vimos muitas mudanças em El Chaltén de 2005 para 2007. O pequeno vale onde tínhamos passado mais de uma hora observando um pequeno zorro, um local cheio de flores amarelas e pequenos ossos das vítimas da raposinha, em 2007 era um canteiro de obras.
São lugares sem uma grande diversidade de fauna. Acho que não recomendaria para pessoas que querem quantidade de avistamentos. Mas se você gosta de olhar e não se importa em ficar com a mesma espécie, os flamingos são um tema e tanto. Com sorte, é possível ver condores relativamente perto.
Há a águia-chilena, caracarás, chimangos, os zorros, alguns passarinhos, os simpáticos guanacos. Em El Chaltén, na trilha atrás do El Pilar (um hotel antigo mas com quartos com vista para o Fitz Roy), você pode ver pica-paus-de Magalhães, uma ave de 45cm. O bando que nós vimos não tinha medo da gente (também, com esse tamanho, nós é que devíamos ter medo). A foto da fêmea (no tronco no chão) está quase sem crop, fotografada com uma lente de 70mm (mas uma câmera de 6MP).
Se você tiver oportunidade, vá conhecer.
http://www.torresdelpaine.com/ingles/secciones/03/a/directorio.asp
Custos da viagem em 2007 (Atenção: lembre que os custos não são atualizados, são apenas o registro do recibo no ano em que viajamos)
Estimativa de uns US$ 4.700 para um casal (10 dias)
Parte aérea: US$ 1.174. SP – Buenos Aires – El Calafate – Buenos Aires – SP dois adultos;
Aluguel de Ford Ranger cabine dupla, 10 diárias: US$ 1.020;
Hospedagem: US$ 1.090. Em Torres del Paine: Hostería El Pionero, próxima ao Torres (US$ 120). Posada Rio Serrano, a pousada mais barata e simples do parque (US$ 625 por 5 noites). Em El Chaltén: Nothofagus B&B (US$ 213 por 4 noites). Em Buenos Aires (US$ 213 por 2 noites). Só café-da-manhã.
Alimentação extra: US$ 700 (estimativa)
Diesel: US$ 330 (estimativa)
Gorjetas e extras: US$ 320 (estimativa)
Apesar do serviço ruim, as Aerolineas Argentinas tinham as tarifas mais baixas.
Em vez de SP-Santiago-Punta Arenas, escolhemos SP-Buenos Aires-El Calafate. O valor, o trajeto e o tempo são menores, e Buenos Aires é muito mais agradável. (ou pelo menos, era. Nosso guia do Uruguai, em janeiro de 2012, nos disse que Buenos Aires está muito violenta).
Alugamos uma caminhonete Nissan pela internet (EconoRent) e fizemos as reservas de hospedagem por email. É preciso ter o permiso para cruzar a fronteira, geralmente a locadora providencia.
Se você ainda não tiver, vai precisar de roupas especiais: um anorak (corta-vento, impermeável, mas permite transpiração), botas impermeáveis e amaciadas, underwear tecnológicas (ceroulas modernas), camisetas dryfit, fleeces. Gorros, luvas, cachecol, meias de caminhada. Em El Chaltén é fácil achar lavandeira.