Viagem: nossa primeira vez na África do Sul e Namíbia, out/2006

O início da nossa história de amor com a África do Sul

Augrabies, Kgalagadi, Etosha (Namíbia), Cape Town, Kruger

• Fotos: Claudia – Nikon D50. Cristian Nikon D200. Compartilhamos as lentes: Nikkor 300 f4 com tele de 1.4, 18-70, Sigma 100-300.
• A galeria tem seleções de fotos, mas decidi fazer posts por viagem porque quando estou pesquisando viagens gosto de ver o que é possível ver em um passeio.

A ideia veio do Cris, talvez logo depois da viagem pra Patagônia em 2005. Eu, na minha grande ignorância, falei que tinha medo – porque achava que África = piores pedaços do Congo. Mas leitura é um santo remédio para ignorância, então lá fomos nós comprar diversos guias turísticos.

O guia que me encantou foi o Watching Wildlife – Southern Africa, da Lonely Planet, escrito por Luke Hunter, Susan Rhind e David Andrew – edição de 2001. Eu trabalhei com os guias da DK da Publifolha, e sei que linguagem de guias turísticos é sempre shiny happy people. Mas mesmo fazendo o desconto, ainda era incrível. (Linkei o livro na Amazon, parece que a edição mais recente é a de 2006).

Começamos a planejar a viagem em junho, e tivemos uma novela com uma agência de turismo brasileira, a Atlantic Connection, que se diz especializada em África, mas com um consultor capaz de nos dizer que a South African Airways não tinha voo de Johanesburgo pra Namíbia – não é verdade, e que “mais do que 3 dias dentro de um parque é desnecessário”, mesmo a gente dizendo que nosso principal interesse era fotografia de fauna, e que queríamos um roteiro focado nos parques. E quando nos passaram o orçamento, fizemos umas contas por cima e vimos que eles estavam ganhando pelo menos US$ 3.000. Pedimos desconto, não deram, então felizmente nos desvinculamos deles e decidimos montar a viagem sozinhos.

Viagens baratas com autonomia e privacidade para você fotografar o tempo todo, com foco no que você quiser

Após lermos bastante, escolhemos conhecer o Kgalagadi, o Kruger, o Etosha – na Namíbia (e sim, existe voo da South African), e a Cidade do Cabo.

Muitas pessoas imaginam que só existem esquemas luxuosos na África, em lodges privados, com diárias de mil dólares por dia por pessoa. Mas nós descobrimos o esquema da classe média sul-africana: os parques públicos, que permitem você passar uma semana imerso num parque, com seu próprio carro, fotografando muito, por uns US$ 6.000 – casal – tudo incluso.  Duas semanas saem por uns US$ 7.000 mil ou menos. Saiba mais.

Entenda, é tudo muito simples, mas perfeito para quem não precisa de luxo. Os chalés limpos e organizados, há geladeira, fogão, utensílios de cozinha (mais fotos e informações sobre os campos). Os campos principais têm loja e restaurante – no geral a comida não é boa, esse é o principal defeito dos parques, mas nós fazemos compras num supermercado antes de entrar no parque, e o jantar se tornou uma parte deliciosa da viagem: chegar no campo no fim do dia alguns minutos antes do portão fechar, passar na lojinha e comprar duas cervejas bem geladas, ver o por do sol com vista para algum buraco d´água, ir para nosso chalé, acender o carvão – todos os chalés têm churrasqueiras, colocar os cartões para descarregar, batatas, cebolas, cogumelos, milho para assar, ir tomar banho, colocar as carnes, abrir o vinho, o silêncio da noite – às vezes o urro de leões, dependendo do campo, o brilho das churrasqueiras dos chalés ao redor, começar a olhar as fotos.

Há parques de diversos portes: os que conhecemos em 2006 foram o Kruger e o Kgalagadi. Gostamos tanto do Kruger que voltamos lá em 2007, 2008, 2010, 2011, e iremos de novo em 2013. O Kgalagadi também é excelente, mas em 2006 a estrada entre Upington e o parque ainda era de cascalho – 4h de carro. Depois que asfaltaram virou uma viagem de 1h30. Voltamos lá em 2011 e foi muito bom.

As estradas dos parques são excelentes e tudo é perfeitamente sinalizado. Os funcionários do parque falam inglês. O serviço dos restaurantes às vezes é meio atrapalhado, mas veja bem :o) Não precisamos de guia, fazemos nossos horários, nosso roteiro, se quisermos passar uma hora observando uma jovem Martial Eagle caminhar pra lá e pra cá, nós podemos. No Kruger só evitamos o sul do parque, que é onde tem mais água, mais mamíferos grandes, mas infelizmente muito mais gente, pode ter momentos desoladores. Costumamos passear do meio para cima = estradas vazias e pessoas mais sintonizadas com a natureza. O extremo norte do parque é um lugar excelente para birdwatching.

O Kruger é um parque com quase 400 km de extensão. O Kgalagadi tem mais de 3 milhões de hectares – mas só aproveitamos a pontinha que fica na África do Sul – o trecho de Botswana exige dois 4×4 andando em caravana. Pelo menos essa era a informação em 2006. Na verdade, nos divertimos tanto nessa pontinha que ainda não tivemos curiosidade de tentar chegar em Botswana.

O Kruger e o Kgalagadi são lugares para uma imersão na natureza, aliada a conforto de estradas asfaltadas, carro com ar-condicionado, seu próprio churrasco, e muitas, muitas oportunidades para observar os animais e conseguir ótimas fotos. São nossas férias favoritas.