Viagem: Alto Paraíso de Goiás – GO, jun/2011

Uma profusão de aves. E mansas, na maioria das situações. A guia diz que a teoria local é de que na Chapada todo mundo é zen, inclusive as aves. O que eu posso dizer é que de fato, a maioria delas permitia uma aproximação bem maior do que em outros lugares.

Aves em todos os lugares, mas não onde você imagina. “Lugares bonitos ou lugares com mais chance de ver aves?”, e é claro que escolhi as estradas empoeiradas. Não entramos no Parque Nacional.

1º dia, quinta à tarde: estrada na saída para o povoado do moinho. Paramos em frente a uma embaúba com frutos. Pica-pau-anão-escamado, gralha-cancan (que eu não quis registrar porque estava na lixeira), saí-canário, saí-azul, sanhaçu-de-coleira, baiano, sanhaçu-cinzento, choca-de-asa-vermelha. Depois fomos para uma área urbana, em frente a um grande centro de ioga, para ver o bando de tucanos e papagaios-verdadeiros que aparecem no fim do dia para praticar ioga e dormir.

2º dia, sexta pela manhã: estrada do Rio dos Couros. Empoeirada e muito boa. Patativa, chifre-de-ouro macho, bandoleta, mineirinho, bico-de-pimenta, tico-tico-de-máscara-negra, canário-do-campo, papagaio-galego, periquito-rei, tico-tico-do-campo, canário-da-terra, codorna-amarela, curicaca, tesoura-do-brejo, ema, gavião-caboclo pousado.

À tarde fomos para a RPPN Fazenda dos Anões. Soldadinho, mas sem chance, um bando de saís-andorinhas, andorinhas-serradoras, perdiz, ariramba, beija-flor-de-orelha-violeta, acauã, um bando enorme de peritiquitos-de-encontro-amarelo.

3º dia: sábado de manhã: estrada para São Jorge: casal de gaviões-de-rabo-branco em fase escura. No início do trecho de terra: saracura sanã, papagaio-verdadeiro, pica-pau-de-banda-branca, casal de maria-faceira, narceja, tesoura-do-brejo, sanhaçu-de-coleira. Na RPPN Mata Funda, grupo de 4 seriemas. Paisagem e flora incríveis, mas infelizmente o dono estava saindo, e tivemos que sair também. Vamos para o Vale da Lua, mas só a estrada que chega até a portaria: bandoleta, casal de sanhaçu-fogo fugidios.

À tarde voltamos para o povoado de São Jorge: na estrada secundária da entrada do povoado, em uma esquina empoeirada, uma guaracava, nei-nei, petrim, sanhaçu-de-papo-preto. Depois do almoço, vamos para a Água Fria, onde após uns 15 minutos de playback, o campainha-azul apareceu. Nesse dia a Ana nos deixou mais cedo na pousada, não conseguimos passarinhar no final da tarde.

Dia 4, domingo, última manhã. Paramos no km 2 da GO 239: pipira-preta, soldadinho, pica-pau-anão-escamado, tico-tico-de-bico-amarelo, garrinchão-de-barriga-vermelha. Pedimos para voltar ao trecho de terra da estrada para São Jorge: pica-pau-de-banda-branca, casal de narcejas, casal-de-maria-faceira, casal de araras-canindé, pomba-galega.

A Chapada dos Veadeiros fica em Alto Paraíso de Goiás. Cidade turística, centro místico, boa estrutura de restaurantes baratos. Fica a 2h30 de carro de Brasília.

Fechamos um pacote exclusivo com a Eco Rotas Turismo. R$ 864 por pessoa. Nesse valor estava incluso o transfer entre aeroporto de Brasília e a pousada, 3 diárias na pousada Portal da Chapada, café-da-manhã, lanche de trilha, almoço, guia ornitológico com carro. Nosso guia foi a Ana Rosa Cavalcante, dona da Eco Rotas. Ela nos disse que normalmente esse valor seria para um grupo, mas que por eu ser uma indicação do João de Jesus Martins, amigo dela, e por sermos colegas do Wikiaves, ela deixaria ser apenas 2 pessoas (eu e o Cris).

A pousada onde ficamos hospedados, o Portal da Chapada, fica no meio do cerrado, a 8km do centro de Alto Paraíso. Há uma boa área para ser explorada, mas como saímos para passeios todos os dias, não passeamos pelo local. A Eco Rotas também fazia o traslado à noite entre a Pousada e o restaurante.

Comemos nos restaurantes Avalon, Tapindaré, Jatô e Massas da Mama. Nos self-services, média de R$ 15 por refeição.

A Ana conhece bem a região, e nos levou para as estradas em que eram mais altas as chances de ver especialidades como o chifre-de-ouro, mineirinho, campainha-azul, e deu certo, ainda que sempre existam chances das aves não estarem por lá. Foi sempre pontual, conhece todo mundo e soube onde procurar as especialidades, mas é preciso saber que não é um esquema como o Rafael Fortes, ou o Gustavo Magnago.

Além de fazer um preço especial pra gente, a Ana também foi muito ágil em responder meu pedido de enviar o nome dos locais por onde passeamos. O birdwatching não é o carro chefe da Eco Rotas, mas eles estão se especializando, recebem estrangeiros que vão passarinhar na região, e às vezes também fazem saídas especiais para iniciantes.