Snorkeling na Praia do Forte – Mata de São João – BA

 

Transporte, hospedagem, alimentação e custos na Praia do Forte

– O aeroporto mais próximo é o de Salvador. A Praia do Forte, no município de Mata de São João, fica a 50km, 1h de carro. Dizem que é fácil pegar um Uber para lhe levar até lá, mas voltar de Uber pode ser difícil e que o ideal é agendar um transfer. Estimativa é de uns R$ 120 do Uber, uns R$ 200 do transfer.

– O centrinho da Praia do Forte é concentrado, você não precisa ter carro lá. Se quiser deslocar-se para algum lugar mais longe, basta pegar uma bicitáxi, custa R$ 25 a corrida, você pode negociar por R$ 20.

– Nós estávamos de carro por causa de algo meio maluco do Decolar.com. Decidimos a viagem três dias antes, para o feriado de 7 de Setembro. É claro que as passagens estavam caras. Mas, não sei bem por que, o Cris teve a curiosidade de clicar no pacote “Passagem aérea  + carro”. E descobriu que nesse caso, em vez de R$ 4.500 por duas passagens São Paulo – Salvador ida e volta, pagaríamos R$ 3.600 pelas passagens mais o carro. Não me pergunte como. Como a estimativa do custo do Uber – Transfer era pelo menos mais uns R$ 320, aceitamos pagar R$ 3.600 em vez de R$ 4.820. Tinha combustível e pedágio, mas ficou R$ 50 de álcool e menos de R$ 20 dos pedágios. Depois dessa, decidimos que sempre vamos olhar a opção do voo + carro.

– Onde ficar: véspera de feriado já havia poucas opções, mas tivemos a sorte de encontrar um apartamento de Airbnb que talvez tenha sido o melhor que já ficamos no Brasil. O apartamento do Kelly tinha uma localização perfeita para snorkeling, bem perto do Tamar e, portanto, das primeiras praias boas. A poucos minutos dos principais restaurante e mercados. Bonito, bem decorado, ar condicionado na sala e no quarto, cheio de eletrodomésticos (três cafeteiras sendo uma de Nespresso, uma airfryer, tostequeira, forninho, torradeira, panela de gohan, espremedor de suco de laranja, lava-louças. Mais eletrodomésticos do que na minha casa). Não era barato por ser feriado, mas vi que a diária na baixa temporada é de R$ 220. Mais as taxas, a estimativa é de uns R$ 300 por dia. Como era um feriado, pra gente ficou R$ 570 / dia (já inclusas as taxas de limpeza e do Airbnb).

https://www.airbnb.com.br/rooms/4320896

– Os restaurantes top são caros, preço de cidade grande. Quando íamos neles, nossa conta com bebidas ficava em torno de R$ 260. Mas há restaurantes por quilo, outros mais simples e baratos, lanchonetes, tapiocarias. Há mercados e peixaria (pergunte pela Peixaria do Lula). Nós cozinhamos duas vezes no apartamento: uma moqueca leve com pouco dendê e sem pimentão, bom pra jantar, e num outro jantar fizemos um polvo acompanhado de cuscuz. Levamos um vinho e compramos cervejas.

Somando todos os custos, nosso feriado de 7 de setembro saindo quinta e voltando domingo custou uns R$ 6.000 para um casal, agendado três dias antes. Na baixa temporada, fora de feriados, os custos para uma semana seriam algo como R$ 1.900 voo São Paulo – Salvador + carro + R$ 2.000 Airbnb, alimentação varia muito das suas escolhas, mas posso estimar uns R$ 1.600 fazendo algumas refeições nos restaurantes caros, outras no apartamento. Etanol, alguns gastos extras, estimo em torno de R$ 5.000 para um casal.

 

Sobre o snorkeling na Praia do Forte

– Com o mar à sua frente, caminhe para a esquerda em direção ao farol e ao Tamar. A calçada acaba no Tamar, você segue pela areia. Fiz uma imagem do Google Maps e marquei a área recomendada para snorkeling. Havia um guarda-sol com um pessoal simpático que alugava máscara e Crocs. Não precisávamos alugar nada, mas eles nos informaram que aquele já era um bom trecho para snorkeling, que andando mais para a frente havia a famosa Praia Papa Gente, onde o pessoal ia fazer mergulho de cilindro e havia locais bons com 5m de profundidade. O trecho em que estávamos era bom só pra snorkeling. Ficamos por lá.

– Dizem que a partir desse ponto, indo em direção a Papa Gente, Praia do Lord, toda a região é boa para snorkeling e alguns trechos são bons para mergulho. Chegamos na quinta à noite (por uma pataquada da Avianca, que cancelou nosso voo quando já estávamos na sala de embarque. Senão teríamos chegado no início da tarde). Na sexta fizemos snorkeling nesse ponto perto do Farol. No sábado queríamos conhecer a Papa Gente, mas amanheceu frio e chovendo, decidimos ficar na praia mais próxima.

– Na praia, apesar do Google Maps dizer Hotel Pousada Porto da Lua, lembro que havia uma placa escrita Farol das Tartarugas. De qualquer forma, é improvável se perder. Provavelmente haverá o pessoal que aluga a máscara, também há esta placa “Passagem para a vila na maré alta”. É desse ponto para a esquerda que você deve aproveitar. Nos lugares mais pra direita havia banhistas, mas menos gente com máscaras, e quando fui fotografar uns sirizinhos, coloquei a câmera na água e ela saiu oleosa. Desconfio que seja um trecho mais poluído.

– Você precisa consultar o horário da maré baixa. Na maré alta você não verá nada, os peixes estarão muito fundo. Veja o horário da baixa e pode ir cerca de 1h30 ou até 2h antes do pico da baixa. Dá pra ficar mais umas 2h depois que ela começa a subir. Na teoria dá pra ficar quase 4h curtindo os snorkeling, da próxima vez farei isso.

– É essencial você estar com um calçado apropriado ou machucará os pés. O pessoal aluga máscaras e Crocs. Nós temos essa sapatilhas náuticas, você pode comprar antes online por uns R$ 70 ou pagar mais caro nas lojas da Praia.

– Eu sei que é mico, mas logo descobri que o melhor jeito de curtir o snorkeling é vestida da cabeça aos pés, assim não preciso me preocupar com queimaduras solares. Uso camiseta de manga longa e calça de lycra, um colete de neoprene. Também tenho uma roupa longa de neoprene de 2mm e usei numa manhã chuvosa e mais fria. A água estava entre 25 e 27 graus, é quentinha, mas se você pretende passar horas, depois de um tempo começa a passar frio. Luvas e meias de neoprene também ajudam. Temos nadadeiras mas não usamos. No lugar onde estávamos ninguém usava nadadeiras, os caras do guarda-sol recomendaram não usar. Na Decathlon você encontra muita coisa. Roupas compridas de neoprene não sei dizer, as nossas compramos na Austrália.

– Na Austrália eu aprendi que é bobagem evitar a praia só porque está frio, chovendo e ventando :) Quer dizer, evite se estiver trovejando, aí sim é perigoso. Fora isso, se o local é seguro, sem correntes, entre na água, sempre há o que ver. Na Praia do Forte o tempo muda muito rápido. Você olha pra fora, o céu está azul. Você leve meia hora pra se aprontar, e quanto sai está chovendo e frio. Você volta pra pegar o neoprene, entra na água assim, depois de menos de 1h o tempo abriu de novo.

– Nas praias do Brasil em geral há uma barraquinha e você pode pedir para a pessoa ficar com sua bolsa enquanto você está na água. Mas por via das dúvidas, o que sempre fazemos é ir com o mínimo possível pra praia. A chave do carro e dinheiro ficam num Kinder Ovo que carregamos com a gente (temos um invólucro comprado em lojas de mergulho, é como se fosse uma embalagem grande de Kinder Ovo, reforçada, de rosquear. Aqueles saquinhos que dizem ser seguros para celular nos parecem pouco confiáveis). Na pior das hipóteses, se nossa bolsa sumir perdemos pouca coisa.

– Máscara embaçada. Tenho um tear drop e uso, mas não funcionou bem. Foi melhor o tradicional cuspe na parte interna do vidro e deixar um pouco de água dentro da máscara, bem pouco. Ficará em contato com seu nariz, basta não aspirar, e isso evita que a máscara embace.

– Se você tem cabelo comprido prenda pra não ter que ficar pensando que o certo era raspar.

 

Fotografia subaquática

– Temos Olympus TG5. Ela tem várias limitações, ainda mais comparadas com DSLRs, mas considero-a imbatível no quesito praticidade. Não precisa de case. Tentei usar uma Sony RX 100 III no case, mas não consegui, ruim demais pra enxergar.

– Uso no modo peixinho, snapshots. Já tentei usar com prioridade de abertura ou de velocidade e concluí que o modo automático peixinho traz resultados melhores. Ele tenta colocar o menor ISO possível, na faixa de 100, 200, mesmo que seja pra ter velocidades de 1/60. O ISO alto da Olympus é muito ruim, então decidi aceitar as configurações automáticas. Costumo usar com compensação de -0.3, às vezes -0.7, se tiver sol ou bicho ou ambiente claros, até -1 ou mais.

– Com o visor ligado bastante tempo, minha bateria dura cerca de 500 fotos e uns filminhos curtos, algo como umas 3h de fotos. Sem flash. Se você usar flash ou filmar mais, gasta bem mais rápido. Em Bombinhas – SC aconteceu da minha bateria acabar enquanto ainda estava na água e havia muito o que fotografar. Depois disso passei a carregar uma bateria extra no Kinder Ovo. Nessa viagem aconteceu da bateria do Cris acabar, ele pegou o Kinder, foi pra praia, tirou a luva de neoprene, enxugou bem as mãos e a câmera, trocou a bateria, voltou pra água.

– Eu fotografo embaixo da água do jeito que fotografo insetos no mato: tiro um monte de fotos do mesmo ângulo, depois mudo de enquadramento se o bicho ainda estiver lá. É muito fácil desfocar ou tremer, então tiro várias fotos e torço pra pelo menos uma delas ter cravado o foco no local certo.

– Além de fotografar os bichos óbvios, tenho prestado atenção nos pequenos ermitões, buscado identificar bichos camuflados como peixes-pedra, pepinos-do-mar. Checo as lesmas. Os pequenos peixes coloridos, como os jovens donzela-escura (Stegastes fuscus), em geral no mesmo cantinho, você pode aproximar devagar a câmera e conseguir bons closes. Os adultos costumam fugir e se esconder em locais inacessíveis.

Este documento do Ibama, apesar de ser para aquarismo, ajuda a identificar várias espécies.

http://www.ibama.gov.br/phocadownload/peixesornamentais/2008/guia-para-identificao-de-peixes-ornamentais-marinhos-ibama.pdf

Eu e o Cris no Tango Café, um ótimo lugar para comer doces

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