Álbuns mono: topetinho-verde (Lophornis chalybeus)
Encanto super-concentrado em 3 gramas
- Texto e fotos: Claudia. Câmeras: tem fotos de 2007 a 2009, então passam pela Nikon D50, a D200 e a D300.
O topetinho-verde é um dos fantásticos beija-flores brasileiros. Mede entre 7,5 a 8,5 centímetros, e pesa 3 gramas. Ele aparece em bebedouros – talvez não em muitos, mas há um sítio em Ubatuba que pertence a um cavalheiro que ama muito as aves. Ele mantém bebedouros e comedouros há 10 anos, e os bichinhos sabem que lá é uma fonte confiável de alimento, a ponto de até se sentirem à vontade para se acasalar em meio às plantas do quintal dele.
Estávamos lá, eu e o Cris, com nossas câmeras e tripés, vendo que a fêmea pousava num galhinho, e o macho vinha voar na frente dela. Num desses momentos de repente o macho começou a fazer um zumbido muito forte, um som que eu nunca tinha ouvido ele fazer, e começou a voar bem agitado em volta dela. Tentei acompanhá-lo o melhor que pude, a maioria das fotos desfocou, mas algumas salvaram, e consegui registrar o bichinho numa exibição linda. Eu nunca tinha visto-o assim, e na verdade até hoje não vi outras fotos de dança da acasalamento dessa espécie. Já vi várias fotos dele com as penas da “barba” eriçadas, mas parece que é por ele estar se espreguiçando. Com a barba bem aberta, e o azul do topo da cabeça bem descoberto, ainda não vi outras. E também não vi foto da fêmea em display. A minha ficou muito desfocada, mas dá pra ver que ela também eriça as penas.
A maioria das fotos deste álbum foi feita no quintal desse homem generoso. A foto de abertura foi premiada na terceira edição do Concurso Avistar, na época que era patrocinado pelo Itaú. Peguei segundo lugar na categoria melhor registro. O primeiro lugar é uma bela foto de um filhote de jaçanã nadando. A foto é muito bonita, como foto é muito melhor do que a minha. Mas não entendi o conceito, achava que melhor registro era registro de ave ou de momento raro.
Este álbum é quase todo de topetinhos-verdes. De gaiato, coloquei uma ave que talvez nem tenha relação com o topetinho, ele apenas lembra, mas não sabemos o que é. Um provável híbrido. Lembra o beija-flor-de-leque-canela, uma espécie amazônica. E todas essas fotos foram feitas em Ubatuba. Pensamos em mil teorias, inclusive em um leque-canela que escapou de traficantes e conseguiu gerar um filhote com um topetinho-verde, mas de fato não sabemos. E, se Deus quiser, nunca saberemos, porque o jeito pra descobrir é capturar e matar esse bichinho, então, que ele continue sendo um mistério.