- Claudia: Nikon D300 e Sigma 50-500, Cristian: Nikon D300 e Sigma 100-300 e tele 1.4
Na tal viagem de novembro de 2009 quando estávamos em Resende, decidindo qual seria nossa próxima parada, olhamos no mapa (um mapa em papel mesmo) do Guia 4 Rodas e havia uma mancha verde, uma reserva, grande o suficiente para se destacar no mapa. Era a Reserva da Vale do Rio Doce, no Espírito Santo. Praticamente só o que sobrou da Mata Atlântica naquele Estado. O Rafael Fortes nos ajudou a entrar em contato com o Gustavo Magnago, e combinamos o passeio. Voltamos para São Paulo, antes ainda demos uma passadinha em Campos do Jordão para ver as tesourinhas-da-mata. A estrada foi ruim. Ir pra Campos pelas estradinhas do sul de Minas é uma tortura. Muito sinuosas, e parece que não acabam mais. Já era de noite, e ainda quase atropelamos uma coruja que estava pousada num galho próximo da estrada, se assustou e voou na frente do carro.
Em Vitória o Gustavo nos pegou no aeroporto e nos levou para passarinhar, começando em Linhares. Fiquei impressionada com a mata. Não como vemos no litoral paulista: umas árvores muito altas, chão limpo para andar. Só de ver as árvores já era um passeio. Uma parte do que víamos era a Reserva da Vale, fechada para visitantes comuns. Mas a reserva faz divisa com uma propriedade particular, a Fazenda Cupido e Refúgio, cujo dono era conhecido do Gustavo, então podíamos ir passarinhar na Cupido e espiar a Vale. Mas se aparecesse fiscalização, a orientação era de olhar para o lado certo. Dizem que uma vez havia um ornitólogo estava nessa estrada da divisa, apareceu um carro da fiscalização “o senhor não pode ficar aqui” “não estou fazendo nada” “está de binóculo, e binóculo é coisa de birdwatcher, e o birdwatching é proibido na Reserva”. Bom, não?
Essa questão da preocupação com a fiscalização era séria. Teve um momento em que vi uma árvore tão bonita que fui fotografar. De repente comecei a ouvir um “Claudia. Claudia” – era o Gustavo e o Cris me chamando de volta, eu estava chegando perto demais do lado da Reserva.
Além da mata ser muito bonita, há aves bem diferentes do que vemos na Mata Atlântica de São Paulo. Destaque para o fofíssimo cabeça-encarnada. Os cotingídeos são Os Perpétuos, mas os piprideos podem fazer uma família de Super-Fofinhos.
Também passamos pela Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi (e conhecemos o filho do Augusto, o André, uma figura). Na Estação pudemos fotografar as incríveis saíras-beija-flor, aves prontas para serem protagonistas de desenhos animados.
Como faz para passarinhar na região? Você pode tentar contato com o Gustavo Magnago pelo Wikiaves.
Essa foi a etapa final do grand tour de 2009. Foi uma viagem muito divertida e cheia de fotos boas.
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