- Texto: Claudia. Fotos: Claudia – Canon 7D com lente 100-400, Cristian – Nikon D800 com Nikkor 300 2.8 e Nikon D300 com Nikkor 70-200 2.8
- Local do passeio: Mangue de Cubatão – SP, Ilha de Caraguatá. Na estrada para São Vicente, a 1h da cidade de São Paulo. Data: 30/jun/2012.
- Tente chegar na náutica antes das 7h, porque até chegar na região dos guarás são uns 15-20 minutos no barco. E nessa época, lá pelas 9h eles param de se alimentar nas ribanceiras e ficam pousados nas árvores, às vezes até se embrenham na vegetação. Para fotografar é melhor enquanto eles estão se alimentando.
- Fizemos o passeio com a Náutica da Ilha
- Valor: Um barco para até 3 pessoas mais o piloteiro sai por R$ 200 barco + R$ 100 piloteiro + R$ 100 de gasolina (ou seja, é um passeio caro, de R$ 400 fora gasolina, pedágio, alimentação). E os R$ 100 de gasolina foram 2h30 em um barquinho pequeno, provavelmente fomos roubados na avaliação da gasolina gasta, como é prática comum. Não seja mané como nós fomos em não reclamar dessa conta. Se não me engano, o valor do aluguel é para o dia, mas não há desconto se você diz que vai ficar menos de 3h pela manhã. Bem que eles poderiam fazer pacotes mais amigáveis para os birdwatchers. Não sei como é o preço e o serviço de outras náuticas da região, queria descobrir.
- Guia: ainda não conheci um guia ornitológico que guie no mangue.
- Segurança: a ilha de Caraguatá, onde ficam as marinas, é cercada de favelas. Logo você passa pelas casas e entra na região do mangue, que tem paisagens tão bonitas que parece ter sido escolha de sádico colocar as indústrias justamente por lá. Nunca tivemos problemas, mas agora nesse passeio, nosso piloteiro falou (depois que já estávamos no barco) que iria passar rápido pelas pontes, porque tinham começado com uma mania de assaltar os barcos que passavam devagar por essas pontes. São três pontes, a terceira fica bem junto da favela e é bastante próxima do nível da água, dá para entender como uma pessoa com um revólver pode assaltar um barco. Mas é um local frequentado por muitos pescadores, a polícia tem monitorado, ainda acho que vale a pena o passeio.
Cubatão é um lugar excelente para ver aves, em especial os guarás e colhereiros. Dezenas e às vezes centenas de aves que permitem uma aproximação razoável se você estiver em um barco sem capota. Dizem que com capota os afugenta de longe. No inverno há poucas espécies de aves, mas nunca vimos tantos guarás. Já fomos em julho de 2006 e de 2007, em outubro de 2009 e em abril de 2010.
Esse é um passeio que sempre rende fotos. Em outubro, no período da tarde, pegamos um fotogênico banho de colhereiro (mas só vimos dois guarás). Os guarás são um espetáculo de te deixar sem palavras, ainda mais se você pega uma revoada de um bando. Eles têm cor de Pantone (estou sem uma tabela Pantone para tentar dizer o código), as fotos não fazem jus. As fotos do Cris ficaram com cores melhores do que as minhas, mas só vendo ao vivo mesmo.
Desculpem por escrever essas coisas chatas como esperteza na conta de gasolina e assaltos em pontes. São fatores menores. Os guarás são um espetáculo, merecem ser vistos. O próprio passeio pelo mangue é muito gostoso, principalmente quando você desliga o motor à gasolina e vai de motor elétrico para se tentar se aproximar. A região é muito bonita, as águas são totalmente tranquilas, em alguns trechos há sujeira como sacos plásticos enganchados nas árvores, mas não há poluição química nem odores ruins, tanto que o rio sempre tem pescadores.
É um passeio de que gostamos muito. Só não ficamos mais tempo porque o Cris tem problema na coluna, e se ficar muitas horas no barco fica com dor. Mas quem não tem restrições, um esquema que parece bom é aproveitar das 6h ou 7h até umas 10h, voltar, almoçar, descansar, e voltar ao barco depois das 15h30. Ainda mais no verão, quando o sol é inclemente. Quem consegue ficar mais tempo, também pode pegar o final do dia, quando os guarás se recolhem em um lugar específico. É quando praticamente não tem mais luz, mas se sua câmera suportar ISOs altos, com certeza rende boas imagens.
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