Num lugar com comedouro, mesmo sob chuva sempre há muito o que fotografar
- Texto: Claudia. Fotos: Daniel – Nikon D200 com a Nikkor 300 f4 e em alguns momentos com a Nikon D300 com a Nikkor 500 f4, Cristian – Nikon D300 com a Nikkor 500 f4, Claudia – Nikon D300 e lente Sigma 50-500 VR
- Reserva Guainumbi: http://www.guainumbi.com.br/site/. Fica em São Luís do Paraitinga, entre Taubaté e Ubatuba. A RPPN tem uma pousada, que recebe gente – com reserva prévia, em finais de semana e feriados. Eles também têm day use. Um lugar que vale a pena conhecer.
No final de semana de 28 e 29 de maio de 2011 tivemos o privilegio de participar do II Passarinhando com Edson Endrigo, na Reserva Guainumbi. E fizemos algo inédito: levamos o Daniel pra passarinhar. É claro, também levamos o Wii pra garantir o final de semana, e o Cris foi com a disposição para cuidar do Dani quando ele se enchesse da passarinhada.
Chegamos tarde na sexta. Pegamos chuva no sábado todo. Começamos a fazer a trilha do Ipiranga e tivemos que parar porque era água demais pras câmeras. À tarde tentamos ir pros lados mais abertos, mas voltou a chover tanto que tivemos que desistir. Um frio de congelar as mãos e começar a ter dificuldade pra mexer nos controles das câmeras. E apesar dessas adversidades, o final de semana foi só alegria. O Edson é uma pessoa incrível, e tivemos a sorte de ter no grupo mais duas pessoas muito tranqüilas e positivas: o Sérgio Coutinho Jr, e o Izaias Miranda Jr, ambos de São José dos Campos. Ninguém estava preocupado com lifers ou quantidade de espécies: a gente queria passear pelo mato, curtir a natureza, e fazer fotos boas.
Foto boa na trilha com chuva e dia escuro é bem difícil. Apesar das dificuldades para registro, vimos aves como a choquinha-de-garganta-pintada, o tangarazinho macho, flautim e trovoada-de-bertoni. Em compensação, o comedouro estava fantástico, parecia árvore de Natal. Estávamos totalmente realizados, e torcendo pra chover mais, pra pegar o efeito das gotinhas nas fotos.
À noite, a coruja-do-mato não quis dar o ar da graça. A murucututu-de-barriga-amarela também se fez de difícil, mas não foi páreo pro Edson. Ela apareceu, o pessoal fez uma primeira sequencia, mas depois ela empoleirou em algum lugar que não dava mais para ver. Desistimos, ficamos uns minutos papeando com o pessoal do parque (o ponto da murucututu é em frente à sede), e já estávamos indo embora quando ela vocalizou de novo, mas em um lugar diferente. Voltamos a montar tripé, e o Edson, com seus super-poderes, achou a bicha e todos conseguiram fazer fotos boas.
O domingo prometia sol, e pela manhã encaramos uma boa névoa. Fomos para o início do parque, na estrada de terra. Tentamos o pinto-do-mato, que vocalizou mas não quis aparecer. O pessoal também foi atrás do catraca, eu deixei pra lá. Registramos o caneleiro, tororó, joão-botina-do-brejo, saíra-lagarta, miudinho, os três tipos de surucuá, trepador-quiete, bico-chato-de-orelha-preta, piolhinho, shows do pula-pula e do capitão-de-saíra. Avistamos mas não consegui fotografar o olho-falso. O Edson também chamou um acauã. Os bons conseguiram fotos, eu só consegui uma de costas e de longe, nem coloquei aqui.
O Daniel adorou o passeio, muito mais do que a gente esperava. O Edson foi muito atencioso com ele, o Sérgio e o Izaias não se incomodaram por ter uma criança em alguns momentos do passeio, e o Cris deixou-o usar uma câmera grande, quando percebeu que ele tinha desistido de usar uma compacta por não conseguir achar nada pelo visor. É claro que o Dani não ficou passarinhando o tempo todo, mas agüentou algumas horas de trilha, e ficou encantado com os comedouros. Falou que quer voltar pra Guainumbi :o)
O Sérgio e o Izaias são ótimos. Fiquei contente por ter como companheiros de passarinhada duas pessoas tão tranqüilas e generosas. E estávamos sintonizados em só aproveitar o privilégio de estar num lugar com tantas aves, sem ansiedade por listas ou lifers. Espero reencontrá-los em breve.
A Guainumbi é um lugar realmente especial pra quem gosta de natureza, fotos ótimas e simplicidade. Como o Sérgio falou, a cada mês há aves diferentes. O que nunca muda é a hospitalidade com que o Josiel e a Léia cuidam de tudo, e o orgulho de, por meio dessas visitas, contribuir um pouquinho para um projeto de preservação de Mata Atlântica.
Espero voltar em breve pra Guainumbi.
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